quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Passo à Passo de Restauração em Para-choque Plástico

Atendendo a pedidos dos visitantes do Técnicas em Pintura e Funilaria, vou agora a demonstrar passo à passo um trabalho de restauro em para-choque plástico, qualquer dúvida é só perguntar, aqui mesmo (em comentários) ou no e-mail disponibilizado para este fim. Vamos a ele?
Atualmente quase todos os para-choques dos veículos de passeio são fabricados inteiramente em plástico, sendo muito útil saber realizar um bom procedimento de restauro em plástico, pois é muito comum que haja possibilidade de restaurar o para-choque sem necessidade de troca, economizando tempo e dinheiro. Mas entretanto estas técnicas precisam ser garantidas, para agradar os mais exigentes clientes, não restando dúvidas quanto a qualidade do trabalho. O carro em questão é uma CR-V da Honda, um carro luxuoso e relativamente caro, que me foi confiado para restaurar de uma batida sofrida na traseira, mais precisamente do lado esquerdo do para-choque traseiro.


Na foto ao lado, as setas azuis demonstram o desalinhamento sofrido na batida e as vermelhas os locais mais atingidos e danificados: são rasgos e deformações como afundamentos e distensões na estampa original do para-choque. Dê um click na foto para ver melhor.



Nas fotos acima mais detalhes da batida são assinalados: o alinhamento nas setas azuis deformação do para-barro na seta vermelha, alinhamento do para-barro na seta verde e um rasgo na seta amarela.





Vamos retira-lo e desmonta-lo, restaurando cada segmento que compõe o para-choque.








A foto ao lado mostra o para-choque totalmente desmontado, são quatro partes, sendo que só uma ( o para-barro direito ) ficou intacta, não precisando de restauração.






Na foto a direita: uma forma de identificar as deformações sofridas por uma peça é olhando a simetria, colocando uma ao lado da outra, como se fosse um espelho e observando as diferenças, note que a peça deformada (o para-barro esquerdo) ainda não foi restaurada.




A foto à esquerda mostra muito bem a intensidade do amassado, logo abaixo do rasgo maior, também visualizamos um vinco mais à esquerda do rasgo, já na parte prateada.





Existem no mercado algumas ferramentas especiais para soldagem do plástico, porém eu utilizei as duas ferramentas da foto à direita, um soprador térmico e uma pistola de solda. O soprador pode ser usado para desfazer os amassados e a pistola para soldar os rasgos, Quando for usar o soprador, ao esquentar as partes amassadas, trabalhe com um pano úmido para resfriar em seguida, já forçando o plástico a voltar ao estado original, até conseguir os contornos que deseja, evite esquentar demasiado o mesmo local para não deformar a textura externa da peça! Aquecer a parte interna do envolvente é uma boa dica. Quanto a pistola de solda, oriento que sejam soldados os dois lados, já que desmontamos o envolvente totalmente e podemos trabalhar os dois lados, reforçando a solda, podemos ainda embutir um grampo de metal na extremidade do rasgo, para prevenir uma possível quebra da solda.


Na foto ao lado, as soldas e os amassados da parte de baixo do envolvente foram efetuadas, originalmente esta peça não é pintada porem para um restauro de qualidade não podemos deixar vestígios do reparo e após a montagem retocaremos este modulo do envolvente copiando o tom preto original do plástico em uma tinta preto fosco vinílica ...



Na foto à direita o para-barro foi restaurado, usando somente o soprador térmico, a simetria foi conferida com o outro para-barro intacto, para não deixar duvidas quanto ao alinhamento das peças após a montagem das mesmas.



Na foto ao lado: A parte de cima do envolvente, que receberá um retoque em poliéster, pois é pintada na cor do carro, originalmente de fabrica. O circulo azul mostra um rasgo devidamente soldado com a pistola e o circulo laranja o restauro de um amassado, feito com o soprador térmico. Percebam que eu trabalho com as peças no próprio local, próximo do carro, forrando o piso com um tecido macio, para não riscar ou danificar a pintura e aumentar a área de retoque ( quanto menor o retoque, menos trabalho teremos  e melhor o resultado final do trabalho, também economizamos tempo e material!)



Bom, todas as peças foram soldadas e desamassadas, fechando a primeira etapa do trabalho, agora vamos montar o envolvente novamente no carro, seguindo a sequencia inversa da desmontagem, a foto ao lado mostra a parte interna do envolvente com dois detalhes que achei importante salientar: No circulo à esquerda, a soldagem pelo lado de dentro, e no circulo à direita, um parafuso que usei para substituir o pino plástico original, que foi perdido na batida abrindo as duas peças, o importante é a montagem ser bem feita, e reforçada, sem nenhuma fragilidade ou inconsistência que poderiam futuramente acusar o restauro feito. 


A foto ao lado mostra o resultado da montagem do envolvente logo antes de colocarmos o mesmo no carro, para então conferirmos o alinhamento e iniciarmos a preparação para os retoques, que serão efetuados após a montagem obedecendo uma sequencia lógica...


 As fotos à direita e à esquerda mostram as áreas de alinhamento, na linha pontilhada em verde e no retângulo vermelho, a conferencia das distancias exatas de abertura e posição originais devem ser restauradas, sempre observando o outro lado intacto, ou quando não for possível, procurar uma simetria entre o lado esquerdo e o lado direito, estes são detalhes fundamentais que devem ser considerados num bom trabalho de restauro!



Na montagem do para-barro, os mesmos cuidados quanto ao alinhamento: a seta laranja mostra a distancia exata que o outro lado intacto pede que seja deixada na peça avariada, após o que o alinhamento foi concluído! Finalmente podemos passar a uma nova etapa do trabalho que é a preparação para o retoque.








lixamento prévio e aderente aplicado
área total masseada
 Preparando para o retoque: O primeiro passo desta etapa é o lixamento prévio com lixa numero 40 ou 36, para dar aderência e alizar, removendo pequenos calombos e imperfeições da soldagem no plástico e do processo de desamassamento feito com o soprador, após o que aplicamos uma única passada de aderente para plástico, nas áreas expostas e que requererão acabamento com massa plástica (foto à esquerda). Isolar com fita crepe locais que queremos preservar de contaminação por produtos impregnantes, como é o caso da massa plástica, e aplicação da mesma. (foto à direita)



Seguindo uma metodologia já ressaltada em outras postagens: Após a secagem da massa plástica é feito seu lixamento, à seco, com lixa 100 no início e reduzindo para 150, posteriormente vamos eliminar os poros e riscos maiores com a massa rápida (foto à esquerda) com três passadas finas ou se você preferir com o primer PU direto, aplicando tantas passadas quanto forem necessárias para o total encobrimento dos poros e riscos da lixa mais grossa. A massa rápida deve ser lixada primeiro com lixa 150, reduzida para 220 e finalmente a 400, após o que é aplicado o primer universal, depois de isolar áreas que não queremos contaminar, é claro. (foto acima)


Após a secagem do primer universal, fazemos o lixamento com lixa 400 e reduzimos para 600, recomendado também para latarias (perceba que após a aplicação do selador para plástico o resto do trabalho é idêntico ao processo usado em latarias). Realizamos o retoque na parte prata, antes porém, isolando a parte preta para que ela não fique muito carregada de material ( foto à esquerda).

Esperamos a secagem do retoque na parte prata e isolamos o mesmo, com fita crepe e jornal (empapelamento) agora vamos trabalhar a parte preta, nesta superfície não haverá lixamento, e sim uma texturização imitando a textura original, para isto devemos experimentar algumas diluições do primer, comparando a textura alcançada com a original, até obter uma textura próxima da original, após o que é feito o retoque em preto fosco vinílico, devido ao fato que este acabamento tem mais aderência que os demais e já é fosco (foto acima à direita)

     
Fazemos o acerto de tonalidade para o retoque preto no momento da pintura, corrigindo com diluição, massa fosqueante ou clareando e escurecendo, conforme o caso. O importante é conseguir uma tonalidade mais próxima possível do tom original. Ressalto ainda que não devemos pintar diretamente no plástico ao abrir retoque, e sim após a aplicação de aderente, para não descascar. Desempapelamos e efetuamos o polimento e está pronto!!

Qualquer dúvida ou sugestão de postagens futuras, entrem em contacto! Será um prazer atende-los, um forte abraço e até a próxima!

sábado, 7 de julho de 2012

Um procedimento para a troca do pivô da bandeja

Os pivôs de bandeja ou terminais de suspensão, podem ser avariados em colisões frontais ou mesmo se danificarem com o uso. (os solavancos que o carro é submetido ao rodar por nossas ruas esburacadas, danificam as peças de suspensão, o pivô é só uma delas...) Em automóveis mais novos, as montadoras incorporaram o pivô à bandeja, ou seja: no caso de um pivô avariado, sua troca fica condicionada a troca da bandeja inteira! É claro que a bandeja de suspensão sai muito mais caro que a troca de um pivô apenas. Nesses casos, este procedimento que passo a relatar é muito útil, pois permite a troca do pivô sem retirar a bandeja do lugar e sem muito "sofrimento". O trabalho é tipico do mecânico, mas quando me deparo com um caso como este, eu converso com o cliente e acerto o reparo sem problema, aliás um bom profissional não deve se focar só em um tipo de trabalho, e sim se interessar por todos os desdobramentos que ocasionalmente se relacionam com o restauro de um automóvel e na melhor maneira de satisfazer sua clientela. Este procedimento foi criado por mim (que eu saiba!) e submetido ao julgamento de alguns mecânicos, os quais avaliaram como um bom procedimento, já que facilita o trabalho e é bem mais barato para o cliente! Vamos a ele?
A foto ao lado mostra a ponta da bandeja, com o pivô. A seta aponta para o rebite de aço que chumba o pivô a bandeja, (neste caso são três) fazendo com que as duas peças, bandeja e pivô virem uma só, pois estes rebites são prensados na fabrica que fornece as montadoras, não sendo possível a reprodução do processo em uma oficina comum. É claro que a bandeja original de reposição já vem com o pivô, e é claro que metalúrgicas de auto-peças fabricam o pivô em separado e fornecem as lojas de auto-peças, que orientam o consumidor a trocar somente o pivô, e economizar no reparo, pois uma bandeja desta sai muito mais caro que a troca do pivô. Mas atente para este detalhe: trocar somente o pivô não é bom para o mecânico, dada a dificuldade da troca, (ele tem que desmontar a bandeja prende-la numa morsa, para cortar os rebites de aço, ou tentar cortar os rebites no local mesmo, que também é muito difícil, serão muitas marretadas...). Pois bem se o mecânico vai trocar o pivô, ele vai cobrar pelo trabalho, e a diferença entre a troca do pivô e a troca da bandeja diminui ainda mais! Mas fazendo como eu demonstro a seguir, trocaremos só o pivô e sem demora!


Na foto ao lado o pivô. Já vem com os parafusos de aço, arruelas e porcas, (estas porcas são especiais, com uma conicidade nas últimas roscas, para dar mais aperto).

Usando uma mini esmerilhadeira, vamos rapidamente esmerilhando a cabeça dos rebites, até que não sobre mais nenhum pedacinho, ou seja, até que haja um nivelamento total com a bandeja, no ponto em que está o rebite. Na foto a esquerda, os círculos e a seta amarela mostram a área de ação da esmerilhadeira (a seta vermelha mostra o porque da troca). Na foto a direita, o primeiro rebite já totalmente sem cabeça e o terceiro quase. Eu usei um apoio para a bandeja, (seta vermelha) pois dei umas pancadas com marreta e punção e com uma talhadeira fina eu levantei a "pelinha" da cabeça do rebite para melhor ser esmerilhada. Click nas fotos para ver melhor.
Continuando, na foto ao lado já tiramos todas as cabeças, e nivelamos a  superfície na área do rebites. Mas nada de movimentação do pivô, ele está firme como uma rocha! Parece que está soldado na bandeja! Sabem porque? Por que ao serem prensados os rebites incham dentro do orifício da bandeja, travando-os, e mesmo sem as cabeças estão firmemente colados. Para resolvermos isto vamos usar uma talhadeira fina, que usaremos para abrir as "orelhas laterais" apontadas nas setas amarelas. Dando pancadas com marreta e talhadeira, logo vemos que o circulo do rebite aparece e continuando vemos que um baixo-relevo vai se configurando...




Um pouco mais de insistência, e o pivô foi removido!










A colocação do novo é tranquila. Basta apertar bem os parafusos, a última foto desta postagem mostra a personagem principal deste procedimento, a mini esmerilhadeira! (no circulo vermelho). Um toque final de acabamento é aconselhável, na área afetada pela esmerilhadeira eu aconselho uma pintura (marcada nas linhas pontilhadas). Desta forma eu demonstrei um pequeno procedimento que espero que sirva de utilidade para quem quiser um dia trocar um pivô de bandeja sem demora e dificuldade! Até a próxima!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Duas técnicas: Amortecimento e Masseamento Localizado

Como podemos restaurar peças que são consideradas perdidas? Destacando a atividade do restaurador automotivo, não simplesmente trocando pecas, mas usando as mesmas, economizando dinheiro do cliente e valorizando o trabalho manual do funileiro. Pra isto vou fazer um passo-à-passo no restauro deste Idea que colidiu na lateral atingindo também o para-lama direito, o qual será usado para demonstração de duas técnicas fundamentais em amassados. Vamos a ele?

A foto 01 mostra o para-lama afetado, considerado perdido, as setas apontam as áreas mais criticas para o restauro, são vincos, pontos de rugas e amassados agudos que dilataram a chapa. (Click na foto para ver melhor)



Aqui, o para-lama foi retirado. Devemos tomar o máximo de cuidado com ele, pois ao manuseá-lo podemos riscar ou machucar o mesmo e não queremos aumentar o trabalho...Observe que ele está sobre uma placa de papelão. Não queremos danificar as beiradas.





Foto 03: O panorama desta desmontagem, farol, para-barros, envolvente do para-choque com a placa e os faróis de neblina e outras peças que compõem detalhes do modelo Idea, além do para-lama, é claro... Tudo para remover o para-lama e também para realinhar o carro, no momento da montagem.

A Técnica do Amortecimento:  A lataria externa dos automóveis é muito fina e leve, como uma carenagem, não  resiste a batidas de martelo diretamente, deformando-se por distensão, então desenvolvi esta técnica, para conseguir um controle  maior e melhor no processo de desamassar.  Consiste em amortecer  as batidas, para não esticar a chapa, e consequentemente evitar "barrigas" ou afundamentos com efeito "mola", que são os principais defeitos em um trabalho de funilaria em amassados. Na foto 04 o para-lama está sobre um papelão forrado com um carpete, que proporcionará o "amortecimento de apoio", além de proteger a peça contra danos causados pelo manuseio, já que queremos um retoque o menor possível, na área trabalhada, pois quanto menos trabalho de preparação, melhor. Ao rebater devemos posicionar o para-lama, de modo que o local da pancada esteja apoiado no piso forrado, isto faz com que a área de um calombo (e somente ela), receba o impacto não danificando partes niveladas ou em alto relevo. As pancadas devem ser proporcionais, ou seja: áreas menos enrugadas, pancadas mais fracas e áreas mais agudas pancadas mais fortes. Como esta é a primeira etapa do trabalho, é fundamental o desempenho do funileiro, pois tudo que for feito aqui, vai repercutir lá na frente, então compensa um esmero total no sucesso deste procedimento. Podemos, é claro, utilizar vários materiais para forrar o piso e conseguir o amortecimento de apoio, como panos dobrados, um carpete grosso, uma placa de E.V.A. etc... O importante é conseguir o resultado esperado, que é direcionar as pancadas e evitar a distensão da chapa.

Quanto as pancadas, estas não podem, neste momento do trabalho serem diretas, também elas devem ser amortecidas, "amortecimento direto", na foto 05 as setas apontam pedaços de madeira que são usados para amortecer as pancadas e distribuir o impacto numa área maior, antes de cada pancada, posicionamos a madeira contra a chapa apoiada no piso forrado, somente uma pancada a cada posicionamento. Uma pancada e a conferência do resultado, até que o trabalho esteja evoluindo por si mesmo, a partir daí, o que vai contar é a paciência e o esmero do profissional.

Após alguma evolução do trabalho, vamos conferindo e observando detalhes para otimizar o procedimento, ressaltados pelas setas amarelas. Notem que eu também usei um martelo de borracha, para complementar o trabalho da marreta e dos apoios de madeira. Após garantirmos o restauro da peça, através deste primeiro procedimento, vamos montar o para-lama no carro. Lá ele vai ser rebatido e preparado da forma convencional, com martelinho, abrasadeira e tasso. Assim mostrei esta técnica de funilaria que denomino de "técnica do amortecimento" dado que é justamente o amortecimento das pancadas que possibilitam o retorno da forma antiga à peça amassada.

Na foto 07 o resultado do trabalho com a técnica do amortecimento. O passo-à-passo vai continuar, para que eu demonstre, neste mesmo trabalho, outra técnica que uso para restauros mais complexos, com é o caso da recuperação deste para-lama. Obs: Em peças maiores, (capô, por exemplo) duas pessoas serão necessárias, pois o posicionamento para o amortecimento de apoio implica em vários ângulos, conforme o formato da peça trabalhada, e do amassado. Ou seja, o funileiro orienta o posicionamento e o ajudante segura a peça e aguarda a pancada, pois tudo depende de direcionar cada pancada no local exato e previamente apoiado no piso forrado.


Continuando, vamos colocar o para-lama no carro, desta forma teremos melhores condições de seguir com o trabalho, usando o tasso, martelinho e abrasadeira. Prosseguimos da forma tradicional, a partir de como deixamos na etapa anterior. Na foto as setas mostram áreas que podemos melhorar nesta etapa do trabalho, rebatendo a chapa com as leves batidinhas do martelinho ou brasadeira apoiado com o tasso na parte interna. 




Esta foto mostra o resultado final do rebatimento tradicional, note que a superfície apontada foi visivelmente melhorada, e podemos evoluir para a próxima etapa.










Antes de conferir o alinhamento, lixamos e removemos trincados, usando uma lixadeira para facilitar, (mas poderia ser feito manualmente, sem problemas). As linhas tracejadas (foto 10) mostram áreas criticas que serão corrigidas com masseamento, a área do vinco é a mais difícil e será usada para que eu demonstre a segunda técnica desta postagem...






Aqui, conferindo o alinhamento entre para-lama e farol, notei uma deformidade que assinalei com dois pedaços de fita crepe, portanto volto e corrijo este detalhe, nunca é demais lembrar que quanto mais corrigimos defeitos, melhor será o resultado! O alinhamento com o capô está perfeito. Deixo o envolvente do para-choque para alinhar no final. 
Na foto 12, alinhamento concluído! Corrijo o espaçamento e confiro com o outro lado intacto, ficou igual. Todos os espaçamentos devem ser conferidos. Podemos passar para a próxima etapa que é o masseamento!


Foto 13, masseamos toda a área previamente lixada, com massa plástica ou massa poliéster (veja as diferenças entre elas no glossário), podemos acelerar a secagem com um soprador térmico, pois tempo é dinheiro. A seguir lixaremos, sempre com o taco, nivelando toda superfície de trabalho.


Na foto 14, a primeira passada de massa foi lixada e detectamos imperfeições, que são reveladas através  lixamento, após o que devemos corrigir tais imperfeições com uma nova camada de massa, desta vez somente nos locais que necessitam de repasse.
Pois bem, a massa rapidamente seca e é lixada, o para-lama está quase restaurado podendo ser preparado para pintura e pintado,porem se formos fazer isto, ao terminarmos notaremos que o vinco ficou torto! é muito difícil restaurar vincos (aliás eu tenho uma teoria de que os vincos em automóveis não são feito só por estética, mas também para dificultar o trabalho de restauro, alimentando assim o comércio de peças de reposição). A foto 15 mostra o começo da Técnica de Masseamento Localizado, que eu criei justamente para corrigir esta dificuldade. Consiste em controlar o masseamento e o lixamento, para não haver ondulações ou falhas na reconstrução de vincos e detalhes que estampam uma carroceria. A seta preta mostra uma fita crepe que foi colada no vinco inferior, para servir de "ponto de referencia", a linha pontilhada mostra o comprimento do vinco que vamos restaurar e a vermelha o ponto exato da primeira dobra, já inicialmente trabalhada com a técnica de masseamento localizado. 


Restaurar vincos é um procedimento que engloba além do trabalho de desamassar, o trabalho de massear e o de lixar, complementando um ao outro, e todos importantes, para controlar tais trabalhos manuais é preciso certos cuidados, ou não se consegue o objetivo esperado. é preciso definir aonde e como depositar material e corrigir defeitos, para tanto isolamos pedaços com fita crepe ao massear, porem para isolar é preciso riscar com uma régua e lápis e fazer cada plano formado pelo vinco separadamente. Parece difícil, mas com pratica podemos refazer qualquer vinco ou estampa, pois o procedimento é sempre o mesmo. Na foto 16 as setas verdes mostram as fitas, onde a superior é a de isolamento e a inferior a de referencia, a seta azul o risco feito com régua e lápis e os tracinhos pontilhados o distanciamento exato de um vinco para o outro, detalhe importante na hora de riscar e esticar a fita.


Na foto 17, a definição de cada plano, que reconstruiremos a separadamente, sendo que o amarelo é o mais fácil e o azul o mais difícil, o vermelho deve ser feito observando a curvatura, vemos na foto que a fita esta isolando o plano azul para que seja depositado material no plano vermelho, após repassarmos a massa plástica, devemos retirar a fita de isolamento antes que ela seque e observar o resultado...








...Foto 18 (click na foto para ver melhor) : observe que conseguimos direcionar o masseamento de tal forma que percebemos um vinco bem definido, mesmo antes do lixamento! E isto aponta para a próxima etapa que é o lixamento...








Foto 19, o lixamento realizado com a mesma técnica de isolamento, ou seja cada plano deve ser lixado em separado, para tanto sempre cobrimos com fita isolando o plano anteriormente lixado. Click na foto para ver os detalhes deste trabalho.






Assim, utilizando esta técnica, podemos restaurar um vinco, agora o trabalho evolui para a próxima etapa: Massa rápida, que poderia ser também a aplicação direta de primer P.U. mas eu preferi usar a massa rápida e com isto mostrar que também nesta fase devemos isolar cada plano, para não estragar a etapa anterior. A seta amarela (foto 20) mostra o primeiro plano, já recoberto com massa rápida, note que a retidão foi conseguida isolando o segundo plano (azul) com fita crepe. E o plano vermelho pode ser masseado, pois é o azul que será o último a ser recoberto.




Foto 21: Etapa concluída!






O lixamento (grana 150) da massa rápida...  



Fundo (ou primer) aplicado e lixado (grana 400)




O começo da pintura...

O alinhamento do envolvente do para-choque (foto 25), resolvi faze-lo apos a montagem, pois o mesmo também precisava de reparo, e neste caso pinta-lo antes seria perda de tempo, antes de mais nada é preciso garantir o alinhamento, e pinta-lo no local já alinhado é o melhor caminho para evitar surpresas.



Após o que empapelamos, pintamos e polimos. Entregamos o trabalho para a surpresa do cliente, que fica muito satisfeito, pela economia que fez! Qualquer duvida é só entrar em contato! Um forte abraço e até a próxima. Tchau!