quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Colisão dianteira com danos na suspensão

É comum, em uma colisão dianteira, o dano se estender às partes mecânicas, como por exemplo: radiador, correias, alternador, distribuidor e tantas outras...Tudo depende do caso, do histórico do acidente. Vou mostrar um exemplo bem comum: uma colisão envolvendo um Fiat Uno, um carro muito comum, e cujo procedimento de restauro pode ser estendido à muitos outros. Um caso clássico de colisão frontal com o epicentro da batida no lado esquerdo, afetando a suspensão. O serviço engloba portanto, trabalhos de funilaria, pintura e mecânica. Vamos a ele?


A foto ao lado, mostra o veiculo desmontado, foram retirados o para-lama, farol e para-choque (destruídos na batida), amortecedor, rolamento, terminais, pivô, cubo e pinça ficaram intactos, (a análise  metódica de todos os componentes é fundamental) e é claro a roda (totalmente avariada). As setas mostram mais detalhes: A amarela aponta para o braço principal que ficou totalmente torto, o que demonstra que ele recebeu e segurou o impacto. As vermelhas o local em que o veículo foi atingido, amassando e destruindo tudo citado acima e também causando um dano no capô que restauraremos sem problema. A azul aponta um dano menor, mas muito importante no restauro: Quando da batida houve um ligeiro encolhimento do longarino, ou seja neste seguimento mostrado na seta azul a distancia diminuiu, o que requer a utilização do esticador para expandir e restaurar as distancias originais, atenção aos detalhes! Outra dica muito importante é o tempo hábil para desmontar e montar as peças de mecânica, faça tudo o mais rápido que puder, para não esquecer de nada, eu aconselho que a desmontagem e remontagem sejam feitas no mesmo dia, se por algum motivo (uma peça que não chegou, por exemplo) atrasar a remontagem, escreva  os detalhes que achar relevantes, para não confiar somente na memória. Atenção maior aos parafusos, guarde-os em uma lata ou deixe-os encaixados em suas roscas para não se confundir depois.


Na foto ao lado a seta amarela mostra um detalhe do trabalho: a pinça não foi removida, porém para não romper ou rasgar o flexível eu amarrei-a com um arame provisoriamente. Lembre-se sempre que quanto menos desmontagem houver melhor! A seta verde mostra o conjunto do cubo com seu rolamento, (intacto). A vermelha mostra a barra estabilizadora, que foi desparafusada deste lado para facilitar a ação do esticador. E a azul o foco central, desta etapa do trabalho, que é o local da peça a ser trocada: o braço  da suspensão montado com suas buchas e pivô.
Na foto ao lado, o estado em que ficaram a roda e o pneu. Na próxima a comparação da peça nova com a peça torta








A peça foi trazida e o longarino foi restaurado. O processo de remontagem é iniciado, sempre a última peça que foi retirada, será a primeira a ser recolocada e assim por diante. Este trabalho começou pela manhã, por volta do meio dia a definição do que seria trocado e a peça pedida, enquanto aguardo vou restaurando o capô. A peça chegou as quatro horas, tempo hábil para a remontagem ainda no mesmo dia!


Na foto ao lado e na seguinte o restauro do capô. Usando abrasadeira, tasso, martelinhos, lima e lixas, fazemos a reconstrução do formato original.



Na avaliação prévia, quando o orçamento foi feito, de saída já se define que algumas peças serão trocadas, neste caso, para-lama, farol, lampadas, para-choque, pneu e roda, já estavam a nossa disposição, e no dia seguinte são feitos os alinhamentos externos. As setas verdes da foto ao lado e as pontilhadas em azul, mostram os detalhes precisos que devem ser seguidos à risca, para um resultado excelente, os vincos do para-lama são alinhados com os da porta, (azul) e o espaçamento deve ser o mesmo que o do outro lado. (seta verde) A distancia em vermelho mostra bem o sucesso da etapa anterior, feita na suspensão, já que a roda, visualmente se mostra numa distancia idêntica ao outro lado intacto.

Após o alinhamento entre capô, para-lama e porta, vamos retirar a porta para efetuar o acabamento da entrada da coluna com o para-lama, já que esta parte não seria acessível com a porta no seu lugar. Faz-se o emborrachamento, após o aperto de todos os parafusos do para-lama.








Pinta-se esta área, e recoloca-se a porta. Este carro possui acabamento em P.U. A tinta que sobra na pistola, já é utilizada para base no para-lama, previamente lixado. 


                                                           






O para-choque é pintado e reservado, para ser montado no momento certo.






Detalhe do capô, preparação já vista em outras postagens, quase no ponto de ser pintado...










Aqui, os retoques já foram feitos, e a montagem externa está quase pronta!











 O serviço finalizado! É ainda necessário efetuar a cambagem e o alinhamento técnico da direção, que é feito por um outro profissional em uma oficina especializada. Serviço realizado em quatro dias, Qualquer duvida estou aqui!

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A Técnica da Fragmentação.

O custo da peça na restauração de um veículo amassado, às vezes é o que mais encarece o reparo, todavia a troca da mesma nem sempre pode ser considerada a melhor solução para o restauro. Isto se deve as consequências da troca:  casos em que o corte será feito em uma área muito grande, com remoção do tratamento original anti ferrugem, e emborrachamento que não será tão preciso como na fábrica, a desmontagem de vidros ou frisos colados, e o próprio tempo que se perde para efetuar o corte e depois a pintura... Enfim, visando dar uma opção para os proprietários de veículos e uma facilitação ao trabalho do funileiro, eu passo a seguir uma técnica que desenvolvi para estes casos, que ao meu ver (quando bem utilizada) só gera lucro para o funileiro e satisfação para o cliente. A técnica da fragmentação.
Na foto ao lado, um Fox com um amassado cujo epicentro (a área central do impacto) é o alojamento da lanterna e canto do painel traseiro, se fosse para trocar peça, a peça em questão seria o painel lateral traseiro direito, peça inteiriça que se prende ao teto e a caixa inferior. Alem disso a parte interna da lateral também foi atingida, o que deve ser corrigido com o realinhamento da mesma para receber a nova peça. E videntemente o para-choque foi destruído, o que não vem ao caso agora . Muitos funileiros optariam por um "enxerto", com a compra de um pedaço de traseira em um desmanche, que seria recortado e adaptado ao veículo (inteiro ou não, à critério do profissional). Bem, vamos tentar restaurar este Fox sem gastar muito tempo, dinheiro e ainda garantir que o trabalho fique melhor do que se fosse trocado a peça.
O primeiro passo é definir o epicentro do amassado, isto é: a área mais prejudicada pela batida, o alvo principal da colisão, a parte mais afundada. Após o que deve-se fazer um recorte neste local, recortando a menor área possível, levando-se em conta apenas que o recorte deve ser grande o suficiente para ser usadas as ferramentas de funilaria, como tarso e alicate por exemplo. Utilize para este fim uma talhadeira fina, evite cortar com discos de corte ou martelete de recorte para não perder nenhum material da lataria.

A foto ao lado mostra o tamanho do recorte, note que o mesmo não é to tamanho do amassado, mas dá para visualizar a chapa interna da carroceria também amassada, e será por esta abertura que iremos desamassar e realinhar a área total do amassado, usando martelo e tarso, e conferindo sempre o trabalho com as outras peças que compõem o carro, como lanterna e tampa do porta-malas, comparando com o outro lado intacto, como sempre aconselho fazer.


A foto ao lado mostra o local do amassado, já alinhado, conferido com as peças limítrofes, quanto as distancias e encaixes e quanto ao outro lado intacto. Quanto melhor for trabalhado esta área melhor será o encaixe do recorte que está faltando.








A foto ao lado mostra o recorte, note que ele está bem deformado, pois é o local mais afetado na batida e as rugas e vincos após rebatidos não caberão no buraco que ficou na carroceria, a estampa original foi totalmente comprometida, suas formas são complexas e mesmo que saibamos como é a forma original, a chapa ficará distorcida principalmente nos vincos mais agudos onde a chapa se expande devido ao impacto da batida e aos golpes do martelo na ação de desamassar.


A técnica da fragmentação: A única forma de recompor a estampa deste recorte é trabalhando fragmentos do mesmo, ou seja: dividir em pedaços o recorte, estes pedaços devem ser cortados com uma tesoura de funileiro, para que não falte pedaços na reconstrução da peça, se fosse cortado com uma serra ou disco de corte, a soma de material retirado das bordas dos pedaços causariam uma diferença grande e a soldagem ficaria dificultada. A orientação do corte também é fundamental para a reconstrução da peça, como tentarei explicar com a foto a seguir.


A linha pontilhada em vermelho indica um corte separando a parte mais fácil, que é indicada pela seta vermelha, toda esta área foi praticamente preservada, e os acertos são mínimos o que não compromete o encaixe no seu devido lugar na lataria do veículo, já a  parte superior, possuí dobras que foram comprometidas na batida além de duas rugas bem agudas que deformaram a chapa, o que define a parte mais critica do trabalho. Se fossemos tentar desamassar a parte de cima inteira, devido às dobras originais que este pedaço de lataria possui, o resultado seria um pedaço de lata "empenado", porque houve na batida e no processo de desamassamento, uma distensão, ou seja: a chapa literalmente esticou. Isto vai causar mudanças nos ângulos, que darão a forma original da estampa. Para conseguirmos a forma original, portanto, devemos cortar a parte superior em seus dois pontos mais críticos, o que irá facilitar a recomposição dos ângulos que a estampa possui. Neste caso, fragmentando o pedaço em outros quatro fragmentos.
Trabalhando cada pedaço em separado, pode-se conseguir a restauração da peça, reconstruindo a forma original com os fragmentos posicionados em seus respectivos locais, como se fossem pedaços de um quebra-cabeças, levando cada pedaço em separado, e soldando na lataria do veículo. Aí sim os ângulos e curvaturas da estampa serão reconstituídos como na forma original. Evidentemente que cada fragmento será ajustado ao buraco deixado na carroceria individualmente, o que implica em controlar o trabalho o tempo todo, etapa após etapa, sem ter que desfazer o que já foi feito anteriormente, pois o resultado de cada posicionamento e soldagem é imediato e controlado.
Aqui ao lado, vemos o primeiro fragmento já soldado, e o segundo sendo ajustado em sua posição, observando os ângulos e as curvaturas da peça, comparando sempre com o outro lado intacto, vamos recompondo  o pedaço que falta na lataria do veículo.




Na foto ao lado, a soldagem do terceiro pedaço da parte mais complicada desde a primeira análise do amassado.






Na foto ao lado, o quarto e último fragmento é soldado à lataria do veículo, faz-se a conferência do alinhamento, lanterna e para-choque, neste caso, e tudo certo e conferido, o trabalho evolui para as outras etapas. (esmerilhar, isolar a chapa nua, massear, lixar, etc... ) Porém a chave da restauração deste trabalho foi esta técnica que permitiu aproveitar a mesma peça.






 O serviço concluído! Se você gostou, tem dúvidas ou mesmo criticas, comente. Meu blog só pode evoluir com o seu apoio e interesse, navegue por outras páginas, deixe seu registro no  gadget "seguidores" ou mesmo envie um e-mail, até a próxima!!!

domingo, 18 de setembro de 2011

A técnica de alongamento ou efeito degradê

Nos retoques em poliéster metálico ou poliéster liso, esta técnica é recomendada para evitar diferença de tonalidade, encaixando o retoque dentro de um painel,  ou igualando a tonalidade do retoque, alongando a pintura em um painel vizinho. Com isto, a impressão final é de que o carro nunca foi repintado, o que valoriza o   trabalho e a venda futura do veículo.
alongamento de retoque 001
  A foto à esquerda mostra a área do retoque, já com primer cinza e lixada com lixa 600, com o polimento das áreas limítrofes para que haja aderência da tinta e do verniz, (recomendo que seja polido a peça inteira que receberá o retoque).
alongamento de retoque 001As setas na foto à direita indicam o  movimento da pistola de pintura, pintar sempre de fora para dentro do retoque, o que diminui a área que será atingida pelo retoque (quanto menor, melhor). Aplique camadas de tinta com o leque fechado e com baixa pressão de ar, para que não aumente muito a área do retoque, até que o fundo seja totalmente encoberto.
Após haver encoberto totalmente o fundo cinza, começa o efeito degradê, na foto ao lado, perceba que não foi atingida uma área muito além do primer cinza, devido à pintura ser feita de fora pra dentro, e por  que o leque estava fechado, para o efeito degradê, abra o leque e aumente a pressão da pistola, aumente e área do retoque, mas não aplique demãos molhadas, somente escondendo as emendas, sempre pintando a menor área possível.

Na foto à direita, observe a homogeneização do retoque e note que o brilho foi quebrado, mas não houve cobertura, pois o empapelamento sequer foi marcado com a pulverização, porém a marca de emenda sumiu. É este o resultado que se espera de um retoque, agora basta encaixa-lo dentro do verniz, atentando que também o verniz será um retoque, portanto haverá cuidados extras na aplicação. Primeiro aplique uma passada de verniz, empoeirada, encobrindo toda a área do alongamento, após 15 minutos aplique a segunda passada molhada, já observando a textura e o brilho final.
Após 15 minutos, afine o verniz com mais 25% de diluente e efetue a última passada, alongando a área de aplicação do verniz para evitar a calcinação do retoque e facilitar o polimento, que será efetuado no dia seguinte, de preferência.




Qualquer dúvida estou aqui ! Até a próxima!!!

sábado, 20 de agosto de 2011

Fotos seqüenciais de restauração em veículo amassado.

                À seguir fotos e um pequeno descritivo, de um trabalho de restauração feito em um gol “quadrado”.


 passo a passo gol e audi 016  A primeira foto mostra amassado na coluna do této, de difícil acesso.


passo a passo gol e audi 017  Já a segunda, amassado “aberto” em porta, mais fácil de restaurar, pois o local é mais acessível, e pode-se usar ferramentas de dentro pra fora.


passo a passo gol e audi 018  Esta mostra amassado “fechado”, ou seja sem acesso algum.



passo a passo gol e audi 051    Aqui, nesta foto o amassado foi rebatido e o lixamento foi feito dentro e nas bordas da área afetada .


 passo a passo gol e audi 052  Nesta foto, uma outra técnica de desamassamento, após o alinhamento, os afundados foram repuxados com auxilio de parafusos, como foi detalhado na página "Amassados: Técnicas e procedimentos".

 passo a passo gol e audi 056  Amassado repuxado com a mesma técnica dita acima.


 passo a passo gol e audi 058  O trabalho evolui para o masseamento.


 passo a passo gol e audi 059  passo a passo gol e audi 066   Lixamento com a definição das formas originais.

 passo a passo gol e audi 001  passo a passo gol e audi 002  Aqui a funilaria esta encerrada, começa o processo de pintura.


 passo a passo gol e audi 004  passo a passo gol e audi 009  A correção dos riscos mais profundos com massa rápida.


 passo a passo gol e audi 011  passo a passo gol e audi 012 O lixamento com lixa de número 150, à seco.


 passo a passo gol e audi 014  passo a passo gol e audi 017 Aplicação de primer para selar a massa.

 passo a passo gol e audi 018  passo a passo gol e audi 019 Aplicação de base, preparando o caminho para a tinta definitiva.


 passo a passo gol e audi 020  passo a passo gol e audi 024 A aplicação da tinta, controlada do começo ao fim.


 passo a passo gol e audi 029  passo a passo gol e audi 030 A homogeneização do trabalho, efeito ”degradê”.


 passo a passo gol e audi 031 Logo após a aplicação do verniz, o desempapelamento.


 passo a passo gol e audi 036  passo a passo gol e audi 034 Primeira etapa do polimento, lixar com 1200.


  passo a passo gol e audi 040 Falta pouco! Polimento com máquina politriz…


  passo a passo gol e audi 046 Este serviço foi completado em cinco dias, com apenas um profissional trabalhando, qualquer dúvida na consecução deste trabalho, estou a sua disposição. Até a próxima postagem, tchau!