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quarta-feira, 13 de junho de 2012

O estado em que estava o glorioso fusca branco

Se existe algo de mais triste em uma oficina, é a ausência de trabalho, pensando assim, comprei um fusquinha todo podre e amassado, com a agravante de que o motor, cambio e demais componentes estavam bem avariados... Minha intenção era restaura-lo nos dias em que a demanda de trabalho na oficina fosse pequena e vende-lo, mas logo que comecei o trabalho, fui tendo muitas idéias, e o trabalho foi tomando vida própria. Não sei bem como este fusca vai ficar, mas de início vou usa-lo como laboratório para demonstrar procedimentos vários que são rotina em um trabalho de funilaria. No momento penso apenas em restaurar a originalidade, tal como ele chegou, mas futuramente, vou personaliza-lo, mas isto já é motivo para uma nova postagem... Para começar mostrarei algumas fotos do estado em que o coitadinho chegou aqui...

Amassados: Teto, frente (foto acima), os quatro para-lamas e uma batida que entortou o facão da suspensão traseira, mostrado na foto ao lado. Mas isto não é nada... O pior estava por vir! Quando comecei a desmontagem percebi o tamanho do trabalho que estava à minha espera... A corrosão da carroceria era geral, e não havia nada que não devesse ser consertado! Na medida que fui desmontando apareciam mais e mais buracos escondidos sob massas e borrachas!








Neste detalhe: a massa plástica está encobrindo boa parte dos buracos e ferrugem...





                        detalhe do facão torto: O fusca rodava mesmo assim. Com as rodas todas desalinhadas!



Eu dei uma volta com ele após a compra, tudo chacoalhava e rangia... A carroceria estava solta?! Chassis rachado?! Ou tudo isto junto, bom veremos mais tarde...





      O motor: Notem o frasco de óleo (cheio de óleo usado) que o antigo dono completava todo dia, para não travar de vez, além de vazamento de óleo, (pelos tuchos e retentores) ele queimava óleo (folga nos cilindros) soltando fumaça branco pelo escape...




Sob toda sujeira, vemos que a carroceria esta solta, em ambos os lados!






Aqui, um detalhe do assoalho, percebe-se que a caixa de ar também esta muito apodrecida...




Detalhe da lateral traseira direita: ferrugem e sujeira!...









Canaleta do teto, ao longo dela muitas bolhas de ferrugem, e em vários pontos já esburacados...






...Ambas as portas, onduladas e enferrujadas (trocar fundo de porta?)









...Túnel,  assoalhos, caixas-de-ar, chapéu-de-napoleão, pés-de-coluna, laterais dianteiras e traseiras, tudo carcomido pela ferrugem!






Caixa de estepe: A foto não revela a ação do ferrugem, estava toda esburacada!







O que é isto!? É um pedaço do carro,(detalhe da lateral esquerda) que está caindo, todo recoberto de terra, poeira impregnada!



Pois é... Quando formos desmontando, veremos que a situação é pior do que imaginamos! Em postagens futuras, mostrarei a restauração deste grandioso carro, que heroicamente rodava pelas ruas de São Paulo neste estado... Um verdadeiro campeão!!! Até lá... Abraços.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Colisão dianteira com danos na suspensão

É comum, em uma colisão dianteira, o dano se estender às partes mecânicas, como por exemplo: radiador, correias, alternador, distribuidor e tantas outras...Tudo depende do caso, do histórico do acidente. Vou mostrar um exemplo bem comum: uma colisão envolvendo um Fiat Uno, um carro muito comum, e cujo procedimento de restauro pode ser estendido à muitos outros. Um caso clássico de colisão frontal com o epicentro da batida no lado esquerdo, afetando a suspensão. O serviço engloba portanto, trabalhos de funilaria, pintura e mecânica. Vamos a ele?


A foto ao lado, mostra o veiculo desmontado, foram retirados o para-lama, farol e para-choque (destruídos na batida), amortecedor, rolamento, terminais, pivô, cubo e pinça ficaram intactos, (a análise  metódica de todos os componentes é fundamental) e é claro a roda (totalmente avariada). As setas mostram mais detalhes: A amarela aponta para o braço principal que ficou totalmente torto, o que demonstra que ele recebeu e segurou o impacto. As vermelhas o local em que o veículo foi atingido, amassando e destruindo tudo citado acima e também causando um dano no capô que restauraremos sem problema. A azul aponta um dano menor, mas muito importante no restauro: Quando da batida houve um ligeiro encolhimento do longarino, ou seja neste seguimento mostrado na seta azul a distancia diminuiu, o que requer a utilização do esticador para expandir e restaurar as distancias originais, atenção aos detalhes! Outra dica muito importante é o tempo hábil para desmontar e montar as peças de mecânica, faça tudo o mais rápido que puder, para não esquecer de nada, eu aconselho que a desmontagem e remontagem sejam feitas no mesmo dia, se por algum motivo (uma peça que não chegou, por exemplo) atrasar a remontagem, escreva  os detalhes que achar relevantes, para não confiar somente na memória. Atenção maior aos parafusos, guarde-os em uma lata ou deixe-os encaixados em suas roscas para não se confundir depois.


Na foto ao lado a seta amarela mostra um detalhe do trabalho: a pinça não foi removida, porém para não romper ou rasgar o flexível eu amarrei-a com um arame provisoriamente. Lembre-se sempre que quanto menos desmontagem houver melhor! A seta verde mostra o conjunto do cubo com seu rolamento, (intacto). A vermelha mostra a barra estabilizadora, que foi desparafusada deste lado para facilitar a ação do esticador. E a azul o foco central, desta etapa do trabalho, que é o local da peça a ser trocada: o braço  da suspensão montado com suas buchas e pivô.
Na foto ao lado, o estado em que ficaram a roda e o pneu. Na próxima a comparação da peça nova com a peça torta








A peça foi trazida e o longarino foi restaurado. O processo de remontagem é iniciado, sempre a última peça que foi retirada, será a primeira a ser recolocada e assim por diante. Este trabalho começou pela manhã, por volta do meio dia a definição do que seria trocado e a peça pedida, enquanto aguardo vou restaurando o capô. A peça chegou as quatro horas, tempo hábil para a remontagem ainda no mesmo dia!


Na foto ao lado e na seguinte o restauro do capô. Usando abrasadeira, tasso, martelinhos, lima e lixas, fazemos a reconstrução do formato original.



Na avaliação prévia, quando o orçamento foi feito, de saída já se define que algumas peças serão trocadas, neste caso, para-lama, farol, lampadas, para-choque, pneu e roda, já estavam a nossa disposição, e no dia seguinte são feitos os alinhamentos externos. As setas verdes da foto ao lado e as pontilhadas em azul, mostram os detalhes precisos que devem ser seguidos à risca, para um resultado excelente, os vincos do para-lama são alinhados com os da porta, (azul) e o espaçamento deve ser o mesmo que o do outro lado. (seta verde) A distancia em vermelho mostra bem o sucesso da etapa anterior, feita na suspensão, já que a roda, visualmente se mostra numa distancia idêntica ao outro lado intacto.

Após o alinhamento entre capô, para-lama e porta, vamos retirar a porta para efetuar o acabamento da entrada da coluna com o para-lama, já que esta parte não seria acessível com a porta no seu lugar. Faz-se o emborrachamento, após o aperto de todos os parafusos do para-lama.








Pinta-se esta área, e recoloca-se a porta. Este carro possui acabamento em P.U. A tinta que sobra na pistola, já é utilizada para base no para-lama, previamente lixado. 


                                                           






O para-choque é pintado e reservado, para ser montado no momento certo.






Detalhe do capô, preparação já vista em outras postagens, quase no ponto de ser pintado...










Aqui, os retoques já foram feitos, e a montagem externa está quase pronta!











 O serviço finalizado! É ainda necessário efetuar a cambagem e o alinhamento técnico da direção, que é feito por um outro profissional em uma oficina especializada. Serviço realizado em quatro dias, Qualquer duvida estou aqui!